* Pesquisa realizada como aluna do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal da Bahia, com financiamento da CAPES, pelo Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior, e da Fapesb, pelo Programa de Bolsa de Doutorado.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

DESIGN UNIVERSAL, PRODUTOS E SERVIÇOS USÁVEIS POR TODXS

O termo Design Universal, ou Desenho Universal, foi empregado pela primeira vez nos anos 1970 por Ronald Mace, fundador do The Center for Universal Design, nos EUA. O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) define o Desenho Universal como: “concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva”.

Tradicionalmente, o Design se orientava pelas medidas consideradas ideias, ou seja, assumindo um ser humano médio como padrão para o desenvolvimento de produtos. O que vemos, contudo, é que esse padrão corresponde a um número cada vez menor de pessoas. O Design Universal se baseia na compreensão da necessidade de alargar ao máximo esse usuário padrão, de modo que os produtos possam atender com equidade e eficiência ao maior número possível de pessoas.

O desenho universal é uma ferramenta muito importante para a construção de um mundo cada vez mais inclusivo, uma vez que os produtos, ambientes e serviços devem ser pensados para o uso em diferentes situações, com múltiplas funções e por usuários com habilidades diversas. O Design Universal é norteado por sete princípios básicos:

USO EQUITATIVO: permitir igual acesso, sempre que possível,  independente da habilidade do usuário;

FLEXIBILIDADE DE USO: oferecer métodos variados de utilização, adaptáveis ao ritmo e precisão do usuário;

USO INTUITIVO: favorecer a compreensão do design, independente da experiência do usuário, conhecimento prévio, competência linguística ou concentração;

INFORMAÇÃO PERCEPTÍVEL: utilizar diferentes meios de apresentação (pictórico, verbal, tátil), permitindo o acesso às informações por pessoas com limitações sensoriais;

TOLERÂNCIA AO ERRO: atenuar os riscos e consequências adversas decorrentes de ações acidentais ou involuntárias;

BAIXO ESFORÇO FÍSICO: funcionar de forma confortável, com o mínimo de fadiga, eliminando ações repetitivas e esforço físico excessivo;

TAMANHO E ESPAÇO PARA ACESSO E USO: fornecer uma visão clara de elementos importantes e acesso a todos os elementos, independentemente do usuário estar sentado ou em pé ou dependa de ferramentas de auxílio pessoal, como cadeira de rodas.


Fonte: http://livingdesign.com.br/2015/08/desenho-universal-um-design-de-conceito-simples-mas-que-e-vital/


Os princípios do Design Universal extrapolam as preocupações com a usabilidade. Designers que se alinham a essa ideia, devem levar em conta, no seu processo de criação, questões econômicas, de engenharia, culturais, de gênero e preocupações ambientais, ou seja, assumir um compromisso social com a melhoria da qualidade de vida de todxs. Como sociedade, nos cabe cobrar de empresas e profissionais produtos, ambientes e serviços mais acessíveis e democráticos e valorizar aqueles que já prezam por esses princípios.

Fontes: 

BRASIL. Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF. 06 jul. 2015.


NC State University, The Center for Universal Design. THE PRINCIPLES OF UNIVERSAL DESIGN. 1997 Disponível em: https: //www.ncsu.edu/ncsu/design/cud/about_ud/udprinciplestext.htm Acessado em 11 de outubro de 2016.